sábado, abril 16, 2016

Eu que fiz: Reciclando Vestido Gongado em Saia Linda!

Vocês já repararam no movimento geral que estamos passando em 2015/2016 que nos faz pensar, ou melhor, desconstruir todas as nossas verdades que até então tínhamos como absolutas? Nisso, as redes sociais tem um papel lindo. Me corrijam se eu estiver errada, mas as pautas do momento são empoderamento feminino, as questões de gênero, slow fashion... Tudo relacionado a forma como consumimos está sendo repensada e deixando o povo de marketing surtando e dando vários tiros n'água.
O "consumir moda" mudou para mim radicalmente depois que assisti um documentário no NetFlix chamado "The True Cost". Ele questiona a forma a qual uma peça pode custar tããão pouco e como o consumo desenfreado de uma moda descartável acaba com a nossa saúde e com a saúde do planeta. Sem falar nos maus tratos e condições escravas da mão de obra. Mas o que mais me deixou perplexa foi descobrir que a indústria têxtil é a segunda no mundo que mais polui! #chocada
Pois bem. Junta-se a esse quadro uma crise financeira avassaladora e lojas vendendo sempre naquele esquema "mais do mesmo". Tudo isso engrossa o coro para que a gente cada vez mais pise no freio e consuma menos e melhor. Me corrijam se eu estiver errada, mas eu não vejo mais aquele boom de blogueiras postando uma saia nova e em seguida uma legião de seguidoras correndo desesperadas para comprar igual, mesmo que o armário já tenha dezenas de saias parecidas. Ainda bem.
Acreditem ou não, consumir indiscriminadamente se tornou uma cafonice só. A ideia de que repetir roupa é coisa de pobre é mais cafona ainda. Chique é comprar uma peça boa e atemporal e repetir quantas vezes necessárias, porque peça boa tem caimento impecável, tecido bacana e tem o seu estilo. Simples assim.
Mas eu escrevi esse "textão"  porque eu quero falar da Gabriela Mazepa e seu projeto "re-roupa" que transforma resíduos da indústria têxtil em peças incríveis. Além disso, ela eventualmente faz oficinas onde as pessoas levam uma peça já sem uso e ela (e sua equipe de costura) transforma aquela peça para se tornar usável novamente. Ou seja, ao invés de uma peça ficar estacionada no fundo do armário ou virar lixo, ela é transformada numa nova peça linda e fashion. Isso significa roupa nova sem precisar consumir. O planeta e nosso bolso agradecem, né? Infelizmente eu não cheguei a fazer essa oficina, mas a ideia me pegou de jeito e resolvi botar a mão na massa também.
 
Minha irmã iria jogar este vestido horroroso fora. Ele é meio riponga e foi comprado há muito tempo no Saara e cujo caimento é sofrível. Mas ele tem uma estampa linda e é daquele algodão que veste gostoso no corpo, sabe? Vi potencial nele e trouxe pra casa.

 
 Desculpem a qualidade sofrível da foto, mas já é o suficiente para perceber que ele não valoriza absolutamente nada e tem um plissado na barriga que parece roupa de grávida! Horrível.
 
Resolvi desmontar o vestido e aproveitar o tecido cuja estampa é bem bacana. Acho que ela tem um climão meio "Totem", meio "Cantão", não sei... Eu gosto bastante dela.
Queria aproveitar a barra toda que é marrom mas uma saia larga, rodada e plissada manteria um caimento ruim então cortei uma saia enviesada e a barra foi embora, mas o caimento ficou outro. Vê só:

 
 
Fiquei muito satisfeita de ter ganho uma saia nova e linda sem gastar absolutamente um centavo. :-)
Claro que  eu sei que quem não costura vai precisar da ajuda amiga da costureira da rua, da mãe, da tia... Enfim... Mesmo que pague pelo serviço, você estará economizando $, evitando mais um descarte no planeta, dando um novo significado a uma peça antiga (que muitas vezes guarda boas memórias) e consumindo menos. Olha que beleza.

Agora, eu acho que para a escolha da peça algumas questões devem ser consideradas. Não adianta querer montar uma nova peça num tecido já desbotado, manchado ou cheio de bolinhas. Se for malha, não é qualquer máquina que costura. Então complica.
Também não adianta querer reinventar a roda querendo alguma peça difícil, que geralmente precisa de mais tecido do que você tem na peça antiga. A nova peça também não pode ficar com cara de gambiarra, senão você vai implicar e a bendita vai continuar estacionada no fundo da gaveta. Sugiro pensar numa peça simples que você saiba que fica sempre bem em você.  Levar junto uma peça igual de como você quer para a costureira evita erros e frustrações, certo?
 
Que tal? Gostaram da ideia?
Na próxima arrumação de armário, pensem bem antes de sair descartando potenciais tesouros que só precisam ser pensados e vistos de formas diferentes, ok?
 
Beijas
Eliana

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